“Amiga”: desmistificando e selecionando.
Talvez o conceito de um bom amigo que eu tenha
elaborado ao longo da vida seja demasiado frio para alguns, demasiado radical
para outros, mas, convenhamos, formamos nossas opiniões com base no que
vivenciamos na vida. E as minhas, são o reflexo do que já vi e, sobretudo,
vivi.
Pois então, sabe quem é um bom amigo para mim? Quem
é tão ou mais bonita do que eu, quem é tão ou mais inteligente quando eu, quem
tem uma vida tão ou mais feliz como a minha, quem é tão ou mais bem amada do
que eu, quem é tão ou mais contente do que eu, quem é tão ou mais feliz
profissionalmente do que eu, quem é tão ou mais magra e elegante do que eu.
Sinceramente?! As mulheres, especialmente, estão se
mostrando cada vez mais distantes da admiração. Ao menos aquelas cuja idade
está próxima ou um pouco além da minha. Meninada nova não compete, não com uma
balzaquiana, estamos em nichos diferentes. A inveja e, consequentemente, a
intriga, a critica infundada e depreciativa, surge em relação a pessoas que são
vistas como “aproximadas”.
Ao contrário de muitas, eu gosto de mulheres
lindas, gosto de amigas com corpo lindo, gosto de ver a segurança das mulheres
bonitas, finas e inteligentes, porque eu admiro isso! E, lamento, mas são raríssimas
as conhecidas admiráveis que tenho. E eu preciso demais ou dispenso, continuo
de poucas e raríssimas amizades.
Estou farta de mulher descontente: ou está gorda,
ou muito magra, ou se sente insegura, introvertida ou extrovertida quando não
precisa ser. Sei lá, mulher “espalhafatosa”, mal humorada e grossa? Eu conheço!
E são lamentáveis.
Eu quero fazer amizade com mulheres mais belas,
mais chiques, mais ricas, mais inteligentes, mais felizes, mais seguras de si,
mais decentes, mais bem amadas, mais elegantes, mais educadas. Cansei desse
povo burro, inseguro que fica me olhando e me observando como se eu fosse um
extraterrestre, que se diz minha amiga para falar mal pelas costas.
“Amigo é aquele que te ajuda quando você precisa”. Besteira!
Qualquer um se sente bem vendo o inferno que a sua vida é ou está, qualquer um
se enternece e ajuda, qualquer um vai sentir pena, quiçá aliada com uma “risadinha”
interior. Sei lá se é instinto, mas a parte negativa que o ser humano tem tende
a adorar se ver por cima!
A parte maligna do homem adora “um” dar conselhos,
porque sente que não precisa. “Ah, coitado, precisa do meu apoio, precisa de
mim”. A parte maligna do ser humano adora sentir pena da amiga deselegante,
fora dos padrões ou caquética. Aí é fácil amar, adorar, elogiar, ter empatia,
se preocupar e sentir compaixão.
Eu quero ver ser leal, ser amiga, não ser falsa, não
criticar, não fazer comentários maldosos frente à existência da amiga que está
sempre de bom humor, sempre com sorriso nos lábios, sempre se sentindo bem
amada, segura, sempre com opiniões fortes, mas com classe e educação. Ah, aí
quero ver ser amiga. Mas falo em amiga com “a” maiúsculo e longe de aspas!
“Amiga” para sair comer, “amiga” para jantinha, “amiga”
para encher a cara, “amiga” para sair dançar (e observar você para difamar
depois), “amiga” para satisfazer uma maléfica curiosidade de “como” ser você, “amiga”
para chorar pitangas de amores frustrados, não correspondidos, de traição ou
casamento ruim, dessas tem várias. Eu tive, inúmeras, centenas!
Quero ver ser amiga que se rejubila com a sua
alegria quando ela está solteira, se sentindo gorda, se sentindo feia e
deprimida. Quero ver ser sua amiga quando você está bem acompanhada com frequência
e ela não acha um “namoradinho” para chamar de seu, ah, aí meu amigo, quando
ela ficar radiante por você vendo o seu brilho, então você pode começar a tirar
as “aspas” da palavra “amizade”. Só aí!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 24 de fevereiro de 2015.
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