Não, obrigada.
Quando somos jovens e inseguras queremos andar como
todas, nos importamos com o pensar alheio. Quando crescemos psiquicamente a
gente se importa com o nosso bem estar, autoconceito e consciência.
Não tememos ser diferentes, porque a gente sabe que
os comuns são chatos, triviais. Quando amadurecemos a gente liga o
"foda-se" para os outros! Fodam-se e sejam felizes com suas
"fodas", porque gente feliz não cuida da vida alheia!
Quando somos mais imaturas a gente pensa em agradar
a todos, a gente tem uma excelente tolerância à gente chata, de energia ruim. A
gente “suporta” o desagradável com mais talento. Quando nos tornamos pessoas
seguras, isso muda.
A gente passa a cuidar mais do nosso bem estar psíquico.
E que se dane a tolerância! Com a maturidade conquistamos uma merecida intolerância
à gente cuja forma de pensar e de ser nos avilta a alegria, às pessoas que “borram”
nossa visão de mundo. Enfim, a gente seleciona mais as companhias, porque
descobre o verdadeiro valor da tal da “afinidade”. Ignoramos, nos afastamos,
ainda que educadamente.
Convenhamos, a gente cruza com um povo que “pesa”
ao nosso lado. Gente que vive um astral ruim, gente que gosta de falar dos
outros, gente que acha que o mundo se resume a seu umbigo, gente egocêntrica,
gente com problemas de ego, gente fútil, gente materialista e,
consequentemente, irritante.
Com o tempo a gente foge da ausência de afinidade,
porque queremos manter nossa alegria, nosso astral alto e nossa pele bonito! Com
a maturidade a gente quer mesmo preservar a nossa beleza física e, para tanto, não
a gastamos em locais que não gostamos ou com gente que não nos agrega e anima.
Sei lá, tem um povinho estranho nesse mundo! Dizem que
de quatro pessoas que conhecemos uma tem problemas psíquicos e que a cada 25
criaturas, uma é perversa, no melhor estilo “psicopata” de ser, pois eu acho
que isso procede. Às vezes notamos isso até na nossa família! Então, o que
fazer? Sair à francesa, meu amigo.
Ser fino, elegante e não muito sincero com o outro.
Até sinceridade a maturidade nos ensina a usar com zelo. Pra que ser sincero
com quem acha que é melhor que você e que o mundo? Para dar mais motivos para
criticas infundadas feitas pelas suas costas? Ora, não carecemos dar satisfação
a ninguém, só a nós mesmos. Logo, usamos nossa finesse e “escapulimos” sem
explicar a razão: nossos motivos, nossa consciência e nosso direito de
silenciar.
Enfim, com o tempo a frase da moda se mostra
perfeita, porque aprendemos que “não somos obrigadas”. Não somos obrigadas a
nos vestir como todas se vestem, a ter o corte de cabelo que todas têm, não somos
obrigadas a andar na “moda”, não somos obrigadas a falar o que pensamos de
gente que não nos interessa, não somos obrigadas a ser sinceras, não somos
obrigadas a ter um saco de paciência, nem a sermos boazinhas.
Com o tempo a gente descobre que veio ao mundo só
com a obrigação de ser feliz e, para tanto, usamos nossa liberdade de ser,
viver e estar aonde desejamos, com quem nos faz bem, com quem tem importância na
nossa vida, desde a mera presença, até opiniões e jeito de ser.
Com o tempo a gente deixa de se obrigar a falar o
que não quer, vestir o que não quer, ser o que não quer e conviver com quem não
quer. Com o tempo a gente não se obriga, a gente só diz: “Não, obrigada.”. Vou te
contar, esse lance de segurança, autoestima e maturidade é o máximo! Experimente.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de fevereiro de 2015.
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