Quem nunca?
Para conhecer alguém,
observe-o, mas, sobretudo, se atente a sua impressão quanto a ele! Tudo que
essa voz interior lhe diz e que, no fundo, você quer ignorar, não quer
acreditar para não se frustrar ou para não admitir que errou, que acreditou em
palavras, que colocou fé onde não devia, que foi um tanto enganado.
Ocorre que,
ignorar a intuição, nesse caso, ignorar o que diz aquela voz abençoada em sua
alma é cometer o pior dos erros: o de enganar a si mesmo. É perdoável ser
enganado, mas é masoquismo se iludir, não atentar para o óbvio, dar mais
credibilidade a pequenos gestos e palavras do que aos detalhes reveladores.
Às vezes aquilo
que ignoramos é o que temos de mais forte e útil para conhecer ao outro
realmente. Às vezes o que olvidamos é o que nos revela a verdade do que
queremos saber. Verdade incomoda e, portanto, tentadora de ser relevada.
Ah, a gente não ouviu
da boca do outro, a gente não viu, apenas interpreta, sente, sem base tangível alguma,
então é fácil e tentador relevar né?! Deixar para lá, fingir que é uma mera impressão,
fruto de algum negativismo nosso mesmo.
Todavia,
seguidamente são essas impressões irracionais e aparentemente ilógicas que nos
apontam conclusões necessárias e sábias a respeito de quem está próximo a nós. Só
que tudo o que queremos é crer que é ótimo, que é bom, que é pra nós, que só “vai”.
Enfim: quem nunca? Quem nunca se iludiu para sentir-se mais pleno por alguns
poucos momentos?
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 15
de fevereiro de 2015.
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