Quem “ama” trai:
sobre a minha versão do amor que não trai.
Sobre a pergunta
deixada ao termino da minissérie que retrata o lado "down" da classe
alta (Felizes para sempre?): "Quem ama não trai?". Eu acho que, da
forma acomodada e insossa que as pessoas retratam o "seu" amor
(versão do sentimento diversa da minha, frise-se!), quem ama trai.
Quem ama está
traindo e aprontando pra caramba! Sabe aquele amorzinho fraterno? Ele é amigo,
ela é minha companheira, temos filhos, ela é batalhadora, ele é bem sucedido,
ela é excelente mãe, constituímos uma família e eu amo minha família e blá blá
blá!
A maioria dos
infiéis chega em casa jurando amor. Logo, sabe o que eu acho que falta?
Franqueza do homem consigo mesmo. Diminuir a hipocrisia! Gente apaixonada não
trai, gente apaixonada que morre de tesão pelo parceiro nem olha para o lado,
gente bem "comida" e bem amada não trai.
Gente que vive
esse "amor" insosso em prol da família, da moral e dos bons costumes
não apenas trai, mas age de forma muito mais suja do que a dos que admitem que
querem uma paixão quente!
No meu mundo,
quem ama não trai, só que no meu mundo não existe amor sem sexo quente, bom e
sacana, sem desejo e afinidades entre quatro paredes. Intimidade e ausência
completa de inibição.
As pessoas falam
em amor de uma forma inocente, usam a palavra amor para justificar a relação acomodada,
onde o que mais se tem em comum é diálogo. Se estou dizendo que dialogo é
desimportante? Obviamente que não! Mas é básico, é elementar. Não entendo como alguém
se casa com alguém com quem não goste de conversar. Simplesmente, não entendo.
Fato é que amor,
em minha opinião, é sim um misto de admiração com tesão. Um misto bem feito de
jantares regados a longos diálogos e sexo explosivo de sobremesa. Se você acredita
em amor sem sexo, então, meu amigo, a sua vida vai de mal a pior. Você está no
limbo, na zona de conforto de um casamento com o prazo de validade “vencido”.
Se você acredita
que ama a sua esposa, porque ela é boa mãe, educada, fina, boa profissional e inteligente,
mas paquera qualquer uma bonitona na rua, se você tem como maior alegria do
casamento estar próximo a seus rebentos, então, meu amigo, seu amor já era! Restou
amizade e a parte boa da admiração.
Em minha opinião,
não existe amor sem atração física, sem vontade de beijar, abraçar e fazer
sexo. E, quem “ama” desta forma que me referi, acaba, sim traindo. Quem ama,
enfim, dessa maneira socialmente pura e agradável de “amor”. O amor dos
acomodados, o amor dos hipócritas!
Enfim, no meu
mundo interior, no campo das minhas ideias, amor requer admiração mental,
física e sexual pelo parceiro! Requer atração, vontade de ter o outro nos
braços todos os dias. Sim, no meu mundo o amor é mais erótico, mas ninguém leva
guampa ao mesmo tempo em que recebe SMS com declarações de amor. Já, no mundo
aí fora, só lamento!
Fato é que só me
interessa quem tem dentro da sua mente um mundo como eu tenho na minha. O resto
pode ser interessante para o padre ver, para a sociedade gamada em aparências
enaltecer, mas não para a minha felicidade e bem estar.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 05
de fevereiro de 2015.
Concordo Plenamente.
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