Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Feliciano, o infeliz!

Feliciano, o infeliz!

Estava navegando pela internet e encontrei uma reportagem na qual o infeliz do Marco Feliciano diz que os direitos das mulheres atingem à família. Céus! Qual é o problema desse cara? Qual é o problema dessa maldita Frente Parlamentar Evangélica? Qual é o problema de quem concorda com esse pária, esse verme, essa ameba em coma?
Sei lá, viu! Se o Marco Feliciano morresse, eu mandaria flores, muitas, muitas flores! Aliás, será que ele não se interessa em receber, ao menos "postumamente", um monte de flores, coroas e afins de pessoas que pensam?! Bom se quisesse. Muito bom. Esse cidadão não faz a mínima falta, em especial no cenário politico onde está inserido.
Mas, daí, cai sobre mim à conclusão lógica: essa ideia desses evangélicos que lascam com a laicidade do País, enfim, essa psicose que usa Deus para tudo, tem eco no povo. Enfim, num País democrático o povo elege seus legisladores e é "aí" que começa a desgraceira.
Na verdade, começa antes, começa na falta de cultura, na falta de educação, de mente aberta, de senso critico. Começa com o "pão, circo e Igreja" que nos oferecem desde que nascemos. Começa a partir do momento em que igrejas têm imunidade tributaria e escolas não. Coloca-se a religião em primeiro plano e a educação em terceiro. Se muito “bem colocada”.
As pessoas concordam com muitas das ideias dessa "bancada de inúteis". É direito pró-vida de feto, contra a liberdade da mulher, é ojeriza a homossexuais, que, às vezes, lendo as postagens que vejo nas redes sociais tenho vontade de dizer: "Filha, se tu é contra o aborto, não faça um!", "Filho, se você não gosta de gays, não dê o rabo (até, porque, vai que apaixone?!)!".
Eu sou libertária e anti-hipocrisia. Deixe cada um fazer o que quer para si, desde que isso não afete a sua liberdade. Deixe gays de beijarem, mulheres fazerem o que quiserem com seus corpos. Live and let live! Vamos ser mais humanos, mais espiritualizados e menos religiosos, menos intolerantes, menos crentes, menos bestas!
Você moça que posta sua fotinho grávida contra o aborto nas redes sociais não é todo mundo! A vida não gira em torno do seu umbigo! Existem mulheres sem equilíbrio psíquico, moral e financeiro, existem mulheres desinformadas, abandonadas, maltratadas, para as quais um filho será um encargo, um ônus, um peso e, para as quais, o aborto ilegal pode significar a morte. Então, você que é a favor da vida? Da vida de quem, afinal?
Olhar para os lados, olhar para baixo, inclusive, é um começo. O que me assusta, confesso, é que concordo com Paulo Freire quando ele disse que “seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitissem às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica.”
E não falo só das injustiças sociais! Falo dos disparates religiosos, falo da ausência de criticidade em relação ao que se lê, a começar pela bíblia que é infestada de passagens machistas que destroçam com a decência e capacidade intelectual da mulher.
Aliás, o machismo é tanto que foi Eva quem tirou o homem do Paraíso, certo?! Logo, inevitável pensar que a bancada evangélica pode usar as denominadas “escrituras divinas” para erigir seus pontos de vista enfermos à categoria de corretos e justos. E, o que é pior, conquistar, com isso, os dominados intelectualmente.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de fevereiro de 2015.

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