Constância.
Sobre
inconstância: odeio! Até o sol inconstante me desanima, fica aquela coisa que
brilha num momento, foge noutro. O bipolar me irrita! Como fazer uma relação
feliz? Tentando ser constante!
Manter o que
teve de bom no início, sem braços cruzados, resignação a (saudável) rotina, sem
jogar-se aos leões do tédio! Tentando ser constante no contato físico, no
carinho, na atenção, nas palavras, na paixão, no sexo! Sem sentir-se dono do
outro e, como tal, acomodar-se em segurança demasiada.
A vida é
inconstante: o que hoje esta, amanhã deixou de estar. Essa é a regra! Ou você
se empenha a fazer o bem a si e ao outro com constância ou o trem da frustração
passará por cima. De você e de seus planos pouco articulados.
Enfim, odeio
comodismo, primo da inconstância! Um brinde ao que é quente! Que depende de nós
para continuar sendo! Ou, no caso do meu sol, depende do "além". De toda
forma, nos relacionamentos cabe a cada um fazer a sua parte.
Sei lá, as
pessoas envidam esforços, carinho, dedicação para conquistar e depois deixam
tudo em segundo plano. Só que pessoas não são troféus ganhos após vencer alguma
competição. Desses que você coloca na estante e lá eles ficam simbolizando uma
vitória.
Pessoas têm
sentimentos, desejos, sonhos, alma! Na verdade, o ser humano precisa da constância
para sentir algo constante, do contrário, ele poderá ser inconstante também. Mudam-se
os gestos, mudam-se os atos, muda-se a atenção devotada, o carinho e o afeto, mudam-se
os sentimentos humanos. Simples!
Se todos mantiverem,
no curso de uma relação, os mesmos atos gentis e encantadores usados no começo
seus relacionamentos tenderão a ter maior dificuldade para esmorecer. Quem encara
que está com uma pessoa e não com um objeto, tende, pois, a ser afável, assim
no beijo de boa noite, como naquele toque de mãos do primeiro encontro. Afinal,
se você não mantém a pessoa “conquistada” encantada, ela não se manterá com você.
Simples assim, ou não.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 15
de fevereiro de 2015.
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