Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Resigne-se.

Resigne-se.

Pior do que não querer ajudar alguém, é querer e não poder. Seja por impossibilidade financeira, física ou, simplesmente, porque o outro, por sua vez, não lhe ouve. Sentir-se impotente, maltrata, sobretudo quando a gente ama quem precisa de nós.
Maltrata mais ainda, quando essa necessidade alheia da nossa ajuda, surge eventualmente, surge só quando a pessoa está quase se afogando sendo que, quando estava sã e salva, não ouviu nossas ideias ditas com o intuito de evitar eventual naufrágio. Mas, conselhos, né?! Se a pessoa precisa, ela pede. Se não pede, é desperdício de saliva dar algum.
Independente do orgulho ou da ignorância do outro, fato é que, querer estender a mão, mesmo que consciente da ingratidão inerente a pessoas orgulhosas, e não poder, tem algo de pesaroso, de triste.
Na verdade, ser piedoso e ter compaixão, ainda que indicie virtude, acaba sendo uma forma, honrosa, não nego, de sofrer mais nesta vida. Quando você, por amar alguém, não tem o foco da sua alegria só em si mesmo, quando você quer o bem estar alheio e não vê o outro bem, surge certa dor.
É o que passam os pais, os irmãos, os amigos, os filhos, os cônjuges, vendo a dor de quem amam. Neste ponto, posso dizer: sofre menos, quem ama menos. Mas, e que graça tem a vida sem ter alguém para amar? E os prazeres, a companhia, o companheirismo e as alegrias?
O fato é que pessoas empáticas sofrem mais nesta vida. O colocar-se no lugar do outro, em que pese virtuoso, acarreta ao ser humano mais alguns motivos para lastimar, se preocupar e, até mesmo, sofrer.
A vida, porém, requer humildade, requer uma incontestável dose salutar de resignação: o que não podemos modificar, não pode modificar a nós. Ou seja, se, algo que lhe surge não tem a solução colocada em suas mãos, não se estresse, não se entristeça. Se resigne e siga adiante.
Suas lagrimas, seu lamento e até mesmo essa infeliz e incomoda sensação de impotência não serão capazes de resolver nada e, não devem afetar a sua paz de espirito. Conforme-se e aceite que, o que está em suas mãos, pode ser modificado por você, o que não está, não depende de seu agir. Não é da sua “alçada”. Contente-se, pois em ser um ser humano de boa vontade. E resigne-se.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 20 de fevereiro de 2015. 

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