Falsos e
aparentes bons anseios.
Quando os
Raimundos regravaram a música “Vinte e Poucos anos” (a letra é do Fábio Jr.,
acredite!) eu nem tinha me encostado nos 20 ainda! E não abria mão de nada por
meus planos. Abria mão, porém, de muitos “bons partidos” por eles.
Passou-se mais de
uma década e eu continuo com a mesma visão! Quero “saber” bem mais que os meus
30 e poucos anos! Desfazer-se de planos, jamais né?!Nem com cento e poucos!
Ainda que o plano seja jantar macarronada e não sopa (tenho uma dificuldade incrível
em ser servil).
Mas eu gosto
muito dos meus planos. Abrir mão não é legal, a gente tem que agregar e não se
desfazer. Queria que mais meninas e mulheres pensassem assim! Pensassem realmente
assim e não da boca pra fora, pra pagar de “moça séria”.
Ah, mas vivemos
noutro tempo, onde vigora o feminismo? Para começar eu não sou feminista, me
considero prática, objetiva, racional. Em dados momentos todos devemos pender
para o feminismo ou para o machismo, igualdade plena é impossível, logo, se não
tratarmos de forma diferente, em eventuais situações, os desiguais, não teremos
justiça. Me considero antissexista, uma humanista.
Em segundo
lugar, ser feminista até casar não é ser feminista né?! Ser feminista e esperar
ligação de homem idiota, ser carente de afeto e ficar com qualquer um, querer
casar com homem rico e escolher o sujeito que desfila com o melhor carro
(escolher pelo veiculo, enfim) não é ser feminista. É ser sem vergonha. É usar
uma palavra que representou a luta de mulheres oprimidas para bancar a “bacaninha”.
Lamento muito,
mas, 10 anos após minha formatura, onde, 9 em 10 meninas se dedicavam e se
preocupavam com um quase “desespero” com seu futuro e carreira, vejo uma série
de jovens mais interessadas em festa, sexo e filho de pai rico (ou homem mais
velho abonado, na ausência dos primeiros) do que em construir uma carreira
séria e batalhada.
Afinal,
construir carreira requer estudo, requer dedicação e suor, muito suor. Na visão
dessas jovens ser sustentada por homem é legal, é divertido, dizer que o marido
é “produtor rural” quase lhes causa um orgasmo. Salivar eu sei, elas salivam! Mas,
e a dependência? E todo o desrespeito, pequeno ou grande, sempre será
desrespeito, que, em longo prazo, a dependência financeira do marido causa? Isso
não lhes causa repulsa, ojeriza e medo?
Desidratar pelo
suor de batalhar por uma carreira, de estudar e ir atrás de seus planos ainda é
muito mais digno do que desidratar por lágrimas de ter marido que paga suas
contas, não raras vezes lhe trai, e, você, para manter a vida boa, tem que
descer mais baixo ainda e suportar o que, para mim, é insuportável!
Na real, meu
sonho é que essa meninada tenha mais planos e ambições próprias e menos planos românticos
e de dependência, ou, se tiverem os primeiros, que não se esqueçam daquilo que
se chama carreira, trabalho, profissão.
Amor acaba,
casamento termina, alegria e paixão conjugal terminam, a sua dignidade não deve
terminar, assim como a sua fome e o seu bom (ou mal) gosto, com certeza, não
acabarão.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 03
de fevereiro de 2015.
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