Sozinha sim, e
daí?
"Se você
escolher muito vai acabar sozinha!". Comumente as pessoas que tem uma
personalidade acomodada gostam de dizer isso. Eu ouço e penso: "Sim, e
dai? Qual é o problema?".
Ser só não é
algo que me faz temer, ser infeliz e resignada numa relação morna, sem graça,
humor, alegria e prazer, sim. Ou, pior, ficar com uma pessoa que eu não admiro,
que não me surpreende positivamente quando abre a boca para conversar ou quando
fecha para me acarinhar, apertar e amar.
Prefiro viver
sozinha, conhecer pessoas, ler, escrever, trabalhar, seguir minha adorável
rotina e, quiçá, morrer só, porém feliz, alegre, humorada, sem depender de
ninguém, sem ter alguém que não é o que quero e, sei, mereço!
Se for para
ficar com alguém por carência, então me quedo só! Aliás, não sirvo para ser
carente. Tenho asco de carência. A vida é muito mais do que dormir e acordar
com alguém, a vida é dormir e acordar com animo, com bom humor, com vontade de
viver, de sorrir, de espalhar amor pelo mundo!
Amor que a gente
só espalha se sente! Por nós, não por alguém! Eu gosto de namorar, mas, só
enquanto a relação me faz bem, se não faz, então pra que namorar? Eu,
sinceramente, não enxergo razão na inércia dos acomodados. Compreendo, mas não
me serve.
Para mim ou a
coisa está quente ou está fria. E eu gosto do quente. Não sou mulher de pagar
com minha alegria, liberdade e autenticidade o preço alto para "ter"
uma companhia. Nunca fui e nunca serei.
Quando estava na
“casa” dos “inte” eu lembrava-me da música “eu não abro mão, nem por você nem
por ninguém eu me desfaço dos meus planos quero viver bem mais que os meus 20 e
poucos anos”.
Agora eu estou
na fase dos “viver bem mais” e, não apenas isso, viver feliz! Só abro mão da
liberdade que tenho para trabalhar bastante, fazer o que desejo nas horas vagas
(inclusive, nada), por alguém que venha a acrescentar, a me surpreender, a me
fazer muito bem.
Alguém com quem
eu possa conversar, viajar, beber, amar, perder o pudor, me divertir, chorar
vendo filme. Alguém que compreenda minhas esquisitices e tenha as suas. Todas
espontâneas e interessantes. Alguém que combine comigo, que me aceite e seja
aceito. Se não, com licença, mas eu também posso me acomodar: sozinha, não
acompanhada.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 03
de fevereiro de 2015.
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