Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

“As pontes de Madison” e eu: um caso de amor.

“As pontes de Madison” e eu: um caso de amor.

Nada no cinema me emociona mais que a história e, sobretudo, o final do filme “As pontes de Madison” (link abaixo)! O estranho é que, todos que conhecem ou leem o que escrevo, sabem da minha intolerância a traição.
Mas aquilo que se vê entre os personagens de Meryl Streep e o do Clint Eastwood não é uma traição qualquer, é amor, é raro, não é vil, não é fútil, não é uma “trepada” qualquer para obter um gozo momentâneo.  
Ocorre que eu sinto muito, muito com a cena final do filme e, confesso, já me identifiquei nela inúmeras vezes. Identifiquei nela uma “Cláudia” que nunca fui, mas que minha mãe foi, minha avó foi. E estas mulheres tem alma, ânsia pelo puro e verdadeiro amor, como qualquer mulher independente e, quiçá, sem filhos de hoje em dia. E nem todas viveram tal amor com seus maridos.
Tem aquela coisa de ficar querendo ir, de ficar devendo ir, de ficar sabendo que a felicidade estava em ir. A renuncia inerente a qualquer escolha, que, no caso, foram os filhos em detrimento do amor da sua vida. Isso me toca! Mais ainda quando o assunto é uma mãe zelosa, do século passado que, em poucos, dias, descobriu o amor!
Mesmo contra traições, eu não seria tola a ponto de não me tocar com aquele amor! Sim, ela foi infiel, mas sim, ela amou! Ele, liberto, cidadão do mundo, a amou como nunca amou ninguém.
"As pontes de Madison" desde minha primeira década de vida tem o final com o qual mais me compadeço, mais sinto, mais sofro. Naquela mulher existe um pouco de todas nós. Mulheres decentes, com criação cheia de valores e princípios, mas humanas.
Mulheres que amam e nem sempre sentem o amor e que, até quando o sentem, o renunciam em prol dos filhos que tem, em prol de seu papel imposto pela sociedade. E quiçá pelos hormônios e instinto!
O filme é formidável! Digam o que disserem, mas é perfeito! O momento em que a personagem de Meryl segura a maçaneta da porta, quando ela olha o carro dobrar e o marido segue, estremece até um ser humano feito de concreto. Ou não. Infelizmente. Eu tremo. E choro. Choro muito.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 19 de fevereiro de 2015. 

ASSISTA: https://www.youtube.com/watch?v=y3ErK-LVZEY&feature=youtu.be

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