Filmes e livros
em Sorriso: S.O.S!
A capital
nacional do agronegócio deixa a desejar no quesito cultura! Após ler, estudar,
preparar aulas, pensei, "vou tomar sol, fazer uma jantinha esperta, tomar
uma cerveja e assistir a um bom filme!".
"O segredo
dos seus olhos" foi a obra que pensei! Filme espetacular do argentino Juan
José Campanella, um dos melhores que assisti! Mas o assisti em 2011! Como gosto
de reprisar tudo o que me agrada, tudo o que é, para mim, realmente bom, pensei
em locá-lo!
Grande decepção,
em nenhuma das três locadoras que alugo filmes eles tem! Enfim, estou
encomendando o filme se alguém viajar ou vou localiza-lo na internet. Nessas
horas e sempre que vou procurar um livro mais intelectual do que comercial eu
me sinto, de fato, no fim do mundo!
Mas e daí!? Aqui
tem soja, mansão, camionetes, carros importados, corpos sarados, cirurgiões
plásticos e circula muito dinheiro, pra que filmes e livros né!? Pra que!? O povo
costumeiramente não tem a cultura como objeto de interesse.
É aquela coisa, “Cinquenta
tons de cinza” quase todo mundo quer assistir, “Frozen” quase toda criança e família
assistiu, livros do Sparks e afins vendem muito. Revista Caras, Nova e Boa
Forma também. Ah, aquelas sobre negócios e dinheiro também, ao que me parece.
Nada interessa
tanto à maioria das mulheres daqui quanto aumentar o tamanho das coxas e comprar
roupas de marca, assim como achar um fazendeiro ou um filho de fazendeiro para
casar com pompas. E, a maior parte dos homens tem tesão ao ler o extrato
bancário e ao ver suas lavouras verdinhas. Daí, para distraírem-se, em sua
maioria, procura a maioria das mulheres cujos assuntos, não preciso dizer quais
são. Ah, mas eles bebem whisky de mais de mil reais a garrafa, daí “pódi”!
Situação vexamosa,
mas bem corriqueira por aqui. Mulheres inteligentes são tidas como “intelectuais”,
inacessíveis, só homens inteligentes ou burros, mas autoconfiantes (esses tem
bastante!) se aventuram a galantear uma mulher que sai da única livraria da
cidade com a cara frustrada, porque ouviu da simpática atendente que “eles não vendem
livros para intelectuais”. Enfim, seria cômica a situação, não fosse trágica. Mas
eu dou risada mesmo assim! Como disse um grupo de “filósofos” cantantes da
década passada: “O sorriso ajuda a melhorar”. Eu concordo!
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 18
de fevereiro de 2015.
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