Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 14 de fevereiro de 2015

O que tem sentido, não valor.

O que tem sentido, não valor.

Que dinheiro é bom, ninguém duvida. Que beleza é interessante, menos ainda. Mas daí a ser obstinado por grana e por bela aparência é burrice! Entre dinheiro e a sensação de ser útil, de sentir-se bem, de fazer algo por alguém e pelo mundo, eu fico com a segunda, ainda que a contraprestação financeira seja menor do que em algumas áreas em que a utilidade perante o mundo é menor.
Seja franco, todo mundo gosta de ego, de fazer algo importante, de ser elogiado e valorizado! Não à toa a gente é tão pouco bem tratado em repartições publicas federais: povo ganhando sua graninha certa todo mês, sem ânimo, contando com a retribuição financeira e meio frustrado, afinal, não se sente tão relevante para alguém ou para o mundo.
Faz o que qualquer “não concursado” poderia fazer, enfim trabalho demasiado “burocrático” (boring!). Sei lá, tenho raiva desse povo aficionado por concurso publico, pelo tal do “mamar” nas tetas do governo e que, às vezes, ainda se corrompe.
Sei lá, eu quero mais pra mim do que um salário fixo! Eu quero reconhecimento, quero me dedicar, quero fazer algo de bom por alguém que seja, ser reconhecida, gratificada com algum elogio e gratidão, por exemplo.
Sim, eu prefiro uma boa massagem no ego a uma conta bancária farta e um infame sentimento de inutilidade e, para mim, de tédio. Não, não, obrigada. Comigo não rola. Eu gosto de coisas com sentido, não com valor.
Eu gosto de sentir que faço algo com um sentido positivo, com utilidade prática na vida das pessoas, levar e entregar papel, não me emociona, não me gratifica, educar, ou melhor, ensinar, porém, me faz bem. Ser advogada aguerrida de causas que me emocionam, convencem e comove, também.
Não fiz concurso para a magistratura, porque não quis. O mesmo para o MP ou delegacia, estadual ou federal. Menos ainda para “oficial alguma coisa”, cujo máximo de gratificação emocional que tem é: “parabéns, você foi rápido na entrega de intimações hoje!”. Não, não, não são quase ou mais de dez mil reais por mês e uma função medíocre que me farão bem. Me conheço, me conheço muito!
Sempre tive medo do comodismo, do cruzar os braços, do aceitar facilmente mandos e desmandos. Procuradoria federal? Procuradoria do Estado? Para fazer contestação dizendo que o ente estatal não pode pagar o medicamento que a criança enferma necessita? Eles têm que fazer para justificar o salário, meu amigo. E eu regurgitaria em seguida se redigisse algo assim.
Ser juiz e ser imparcial?! Ser imparcial no Brasil? No País cuja balança pende para o lado do mais poderoso, não raras vezes? Não consigo. Só o fato de não poder me posicionar a favor de alguém com mais garra me mataria por dentro. Eu prefiro trabalho árduo, esforço e dormir bem à noite, em paz, me sentindo importante para quem, pelos “ossos do oficio”, precisa de mim.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 14 de fevereiro de 2015.

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