Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Indefinível!

Indefinível!

Disse Elliot Gould: “Ninguém pode ser escravo de sua identidade: quando surge uma possibilidade de mudança é preciso mudar.” Essa frase define meu amontoado de opiniões sobre pessoas que pertencem a “tribos”, partidos e doutrinas, sobre pessoas que tem orgulho de dizer que “são” isso ou aquilo.
Esse povo que passa a vida sendo uma coisa só, sabe?! Eu sou “nerd”, eu sou “hippie”, eu sou “punk”, eu sou “emo”, eu sou “coxinha”, eu sou “intelectual de esquerda”, eu sou “capitalista”, eu sou “abstêmio”, eu sou “comunista”, eu sou “poligâmico”, eu sou “fitness” e etc.. Ah, dá licença meu filho, você é um Peter Pan, isso sim! Você é só um “ser humano ridículo, limitado que só usa 10% de sua cabeça animal”, nas palavras do Raul.
É impossível passar a vida inteira, conviver com uma série de pessoas, ler muito, estudar, enfim, viver e continuar sendo o que sempre foi, sem se ligar noutros pontos de vista. Ao menos, para mim, é impossível, para muitos é extremamente possível. O que lamento.
Eu não gosto de gente que ouve só um tipo de música, que usa só um tipo de roupa, que assiste só a um tipo de filme, que segue um partido politico, que se fecha numa doutrina religiosa, que nunca come carne, que nunca bebe, que nunca come doce, que só lê um tipo de literatura. Eu gosto de pessoas culturalmente cosmopolitas, eu gosto de quem aprende, de quem muda.
Eu já votei no PT, tive uma fase adolescente super kardecista, já fui “mega” fitness, já fui “patricinha”, já ouvi só rock, já fui abstemia, já curti só MPB, já fui socialista. Gente, a vida muda, a gente muda! Hoje em dia eu bebo de tudo, ouço tudo que tenha letra boa, não sigo doutrina religiosa alguma, questiono demais, penso demais para me adequar a um segmento apenas.
E, sinceramente, me entedia gente que se encaixa em definições. Eu sou naturalmente indefinível. Sou humanista, não sou sexista. Em determinados momentos pareço feminista, noutros machista, mas privilegio pontos de vista humanos, racionais e lógicos.
Gosto de moda, mas não sigo a moda. Tenho um estilo meu, uso coisas e adereços que nem todos curtem, as tiaras são o maior exemplo. Gosto de tatuagens, mas não desenhei meu corpo todo, gosto de cabelos alternativos, mas não vou pintar minhas melenas de azul.
Gosto de pele bronzeada, de saúde, de comida boa, de leitura variada, encaro do sertanejo de boa letra ao punk, danço pagode e sei sambar, convivo com intelectuais e com gente para a qual existe a palavra “ponhar”. Trato todos com respeito e aprendo um pouco com cada pessoa que a vida me apresenta.
Leio de tudo, encaro vários tipos alternativos de revistas, mas não me defino como sendo qualquer coisa. Eu sou a Cláudia, uma mulher humorada, alegre e imprevisível, mas não só isso. De tudo, só posso dizer que eu sou indefinível. A única definição que sempre tive (a menos depois dos 10 anos) foi ser heterossexual. E você, se encaixa em rótulos?  

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de fevereiro de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.