Diga, diga e diga!
Certa vez uma colega minha, concordou comigo quando
eu falei que nada pode ser mais “ridicularmente nojento” do que o parceiro
elogiar outra na nossa frente. Tipo, chamar de “boa”, de “gostosa” e adjetivos
afins que os homens curtem usar. Mas que usem só entre eles né, amiguinha?!
Ela concordou, mas fez uma ressalva: o marido dela
faz isso e ela, em represália, chama de gostoso e de “delicia” qualquer homem
que aparece na televisão e em fotos com trajes mínimos expondo corpinho definido
e “tal”.
O que penso sobre isso? Rebote errado! O cara nunca
vai se tocar que magoa ela quando elogia, vulgarmente, outras na frente dela. E
vai continuar a fazê-lo já porque ela também faz em relação a homens. Deu salvo
conduto, enfim.
Sei lá, eu acho que um dos grandes problemas dos
relacionamentos humanos é esses “mal entendidos”, ausência de franqueza, de transparência,
de pingos nos “is”. Eu sou muito transparente e, confesso, não deixo “passar” nada
sem falar que me fere ou anima.
É só assim que podemos nos conhecer e ajustar a
relação de forma a fazê-la dar certo. Ou errado, mas que não se perca tempo com
o tal do “fazer-se” de dura, de acima de qualquer mágoa e “mimimis” a mais.
Sou especialista em dizer “isso que você falou me
magoou”. Cara, qual o problema disso? Primeiro, se o cara não gostar e não
querer mais a minha companhia, antes tarde do que mais tarde! Que tome o rumo
dele que eu logo encontro o meu. A vida da gente não termina com uma frustração
e nem depende de uma relação para existir. Deixa disso, minha amiga!
Em segundo lugar, como que o coitado do sujeito vai
saber como sou e o que penso se não falo, gente?! Trata-se de um ser humano
que, como eu, é errante! Se eu não me desarmar, se eu não disser o que penso,
sinto e quais são meus pontos fracos, ele não terá como saber!
O fato de você gostar de alguém, fazer sexo com
alguém, não o torna “especialista” em você! Só o convívio aliado à transparência
faz uma pessoa conhecer a outra. Logo, quanto mais de “diferente” do que você
é, você se faz, mais induzindo o outro em erro estará. Logo, perde o direito de
reclamar criatura! Tome “tento”!
Na cama e fora dela, seja claro, seja objetivo. Sem
firulas, sem faz de conta, sem deduções, seja explicito! A vida é muito curta
para você contar com a “bola de cristal” e clarividência alheia! Diga o que
você gosta, o que lhe faz bem e o que lhe entristece!
Enfim, esta é a única forma de duas pessoas se
conhecerem realmente e, quiçá, serem muito felizes juntas! Entre quatro paredes
e fora delas. Eita povo que complica o simples viu?! Ausência de inteligência emocional
modo “hard”.
O outro é resultado de suas vivências e
experiências. Logo, ou você diz o que lhe magoa, fere, enaltece e anima, ou, se
for se "fazer" de intocável, você é uma besta que será magoada muito
nesta vida! O diálogo ainda é a melhor
forma de dois seres humanos se acertarem e se darem (literalmente) bem! Na
horizontal e na vertical, na cama e fora dela. Bora ser mais explícito e menos
inseguro e cheio dos "ais" meu amigo. Ademais, quer saber?! Isso é
chato e entediante pra caramba! Com licença.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 28 de fevereiro de 2015.
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