Verdade
superestimada.
Eu curti a
minissérie da Rede Globo, “Felizes para sempre?”, do inicio ao fim, mas o
discurso da Norma para com o Dionísio no ultimo capitulo após ele confessar a
traição, foi formidável! Psicologicamente perfeito! Desmistificando a superestimação
da verdade, demonstrando que às vezes ela só serve para amenizar a “culpa” do
pouco generoso culpado. Perfeito e, como
tudo o demonstrado na minissérie, nenhum pouco “senso comum”.
Quem ama e sente
atração pelo outro, não resvala em traição. Agora, quem não é bem amado, bem
comido e nem bem tratado, trai sim. Num misto de tesão pelo outro e de repudio
ao parceiro pouco afetuoso ou atraente. Sei lá, se vê isso nesse mundo.
Não acredito em
amor, namoro ou casamento sem tesão. Sem fome e cede do corpo do outro. O que
existe sem isso tudo é mero apreço e amizade, os mesmos que sentimos pelos nossos
pets e amigo por exemplo.
Agora, como
muito bem dito pela Norma: confessar traição não é sinal de amor ou paixão, se
amasse não trairia, confessar é egoísmo, é querer se livrar da culpa e dormir
em paz, ou, pura e simplesmente, vingança, tipo, jogar na cara do outro que ele
é pequeno, pouco, mas que existe certo carinho por ele, de forma que houve a traição
e a confissão. Bate na autoestima alheia e conquista sua confiança, esperteza
né?! Astúcia!
Enfim, é um
desafio de alguém para com o outro em humilhá-lo e parecer, a ele, nobre,
especial. Um jogo de dá o tapa e esconde a mão. Conta a traição, se recolhe e
se faz de inocente, de bondoso, de puro, revelando a guampa colocada no outro. Tem
quem se sinta honrado. Enfim, tem de tudo nesse mundo!
Respeito, meu
amigo, é indicio de amor. De consideração, de afeto. Quem conta uma traição ao
parceiro, não apenas não sente tesão e paixão o suficiente para ser fiel, mas
desconsidera e desrespeita a pouco de não se importar com seus sentimentos e
fazer pouco caso da continuidade do relacionamento. Não sabe o que quer, nem o
que não quer, mas faz de conta que é nobre contando o incontável e assumindo o
risco de ser deixado. Pouco se importando com o mal estar no outro que, às
vezes, quando não tem a maturidade da Norma, ainda acaba achando “meiga” a confissão
do parceiro.
Hipocrisia mode
on! Vocação pra cornice em alto grau. Quem trai uma vez, vai trair outra meu
amigo. Todavia e, por óbvio, não vai contar de novo para não perder a
companhia. Não até encontrar alguma esperança de deixar-lhe e vivenciar algo
melhor.
Eu não perdoaria
traição confessa ou omissa, mas, confesso, sentiria mais o respeito do outro se
ele omitisse. Sei lá, demonstra seu medo de me perder, o valor que,
tortuosamente, me dá, a estima que coloca no relacionamento. Não é perdoável,
por obvio, traições sempre são repulsivamente vis, mas, sempre existe a espécie
menos “onerosa”, e mais “respeitosa”. Eu concordo com a Norma! Em gênero,
numero e grau!
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 14
de fevereiro de 2015.
Fica aí o episódio:
https://www.youtube.com/watch?v=Lkj3wkZmKXc
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