Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 23 de março de 2015

Desinternetizando.


Desinternetizando.

Você está ali, em frente a uma ou duas pessoas e, de repente, seu whatssap “desponta”, você responde. Nisso, com o celular em punho, você já aproveita e dá uma olhada nas redes sociais! Aquele universo de fotos, reportagens e asneiras que lhe distraem. Então, o que a pessoa a sua frente está falando, mesmo? (Quem nunca?!).
Para ser franca, eu, quase sempre. Mas me incomodo comigo mesma. Percebo como isso é chato naqueles momentos em que estou focada no mundo real e um amigo resolve aderir ao celular.
Antigamente, quando livros eram mais comuns, eu odiava cruzar os braços ou ver alguém com os braços cruzado, afinal eu li num livro que tal movimento era indicativo de “entediamento” do interlocutor. Hoje em dia, acho que, embora seja um instinto, uma gafe coletiva, pegar no celular significa o mesmo. A internet está mais atraente que a companhia, algo assim, implícito, tácito, discreto, mas “por aí”.
Sim, eu já fui mais educada, mais fina, mais elegante! Sim, você também. Todos entendem quando você tem ligação a fazer, mensagem para responder. Isso desde a década passada era comum. Só que existe uma diferença abismal entre responder uma mensagem e entabular dialogo virtual com alguém em frente a seus amigos, capiche?
Conversar, entabular conversa é o tal do “fala”, “responde”, “fala” de novo. E o amigo ali, com uma cerveja gelada na tua frente. Enfim, isso é chato e eu cansei de ser chata com meus amigos. Preciso me controlar!
A vulgarização da tecnologia, da informação que está em nossas mãos vem nos “ilhando”. Tornando-nos ilhas frente às belezas do mundo real. Ali você ouve as musicas que gosta, vai malhar ouvindo elas, fica na antessala do consultório ouvindo as suas musicas tradicionais. Mas, e se de repente, o ambiente puder lhe apresentar alguma musica legal? Nova?
Ali, você olha o corpo da mulher cheio de photoshop na revista ou na novela, ao vivo você pode conhecer mulheres mais belas, sem correção e, mais, que podem dialogar com você e, quem sabe, serem legais além de bonitas!
Ali você tem o conhecido no outro lado do Brasil, talvez um amor de pessoa, não nego, mas, porque não conhecer quem está ao seu lado? Tipo o amigo do seu amigo que está aí, no bar, fazendo um happy hour ao seu lado? Não custa nada se “desinternetizar” um pouco, ao menos quando você está acompanhado. A menos que você queira deixar a mensagem explicita: “a sua companhia é uma bosta”.
Eu preciso me policiar, você precisa, todos nós precisamos! Está aí, com o namorado ao lado? Só vale pegar o celular para postar fotos, tirar fotos e responder mensagens né?! Para que desperdiçar bons momentos, bons carinhos, bons afagos, boas risadas com um aparelho que pode ir com você até o toalete? Aproveite quem está próximo.
Essa nossa mania de “internet” e celular vem nos tornando dispersos. Em sala de aula aluno não entende a matéria, mas fica vidrado no aparelho, na hora de estudar, tudo que tem no aparelho é mais excitante do que a matéria, na hora de ler um livro, o whatssap e as postagens do face dispersam.
Enfim, manter o foco no mundo real nunca se tornou tão difícil para nós. Ora, ora, vejam só, são as antinomias da pós-modernidade, da nossa boa e nova sociedade da informação! Precisamos aprender a viver com ela, sem que “adentremos” demais na virtualidade, precisamos de regras de etiqueta, precisamos voltar a curtir o bom e velho falar, encostar, gargalhar! Precisamos de mais diálogos, de menos “kkk” e carinhas de “smiles”. Um dia a gente chega lá! Benzadeus!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de março de 2015. 

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