Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 31 de março de 2015

“Dezprazerados”

“Dezprazerados”

O moralista não é apenas um chato hipócrita. Aquele que precisa se adequar as regras, as "normas sociais tácitas" de convívio. O moralista é a visão viva do recalque, da inveja, do impulso de prazer reprimido!
O moralista é dono de uma pobre alma imersa em covardia, em vontades reprimidas. Vontade de falar alto, vontade de transar, vontade de ir ao boteco, vontade de ler um conto erótico e pular o sermão do padre, vontade de fazer sexo sacana e mandar a rotina certinha do "duas vezes" na semana se lascar.
Vontade de não dizer o que os outros querem ouvir, vontade de calar e rir sozinho, vontade de gargalhar escondido, vontade de usar short curto, decote, vontade de colocar biquíni fio dental e sair andando livremente numa praia lotada, vontade de pular, de dançar, de pagar de louco, de ser louco e realizado, vontade de mandar os 7 pecados para o inferno e se deliciar nas suas "condutas" agradáveis, vontades que pululam sua mente, mas que ele castra.
Esconde de si mesmo e se torna esse ser paladino da moral e dos bons costumes que é invejoso da alegria que poderia ter, mas teme. O moralista crê no eterno, no casamento eterno, na paz eterna, em tudo como disseram os antigos. O moralista é meio retrógado, meio conservador, meio antiquado, meio covarde.
Pessoas livres sabem que importa a qualidade e não a quantidade de suas vidas, experiências, amores e momentos. A eternidade está no que afeta a alma, no que se guarda no coração, no que ninguém vê. Está no que é tangível ao fechar os olhos, só por nós.
Quem vive intensamente tem incontáveis momentos eternos! Quem vive intensamente tem a alma eternamente jovem e o moralista é um velho rabugento desde o nascimento. Rabugento e irresignado frente os prazeres pelos outros vividos.
Afinal, a bíblia disse isso, o autor tal disse aquilo, sua mãe disse aquele outro, seu pai complementou e a sociedade é o antro da hipocrisia formada por seres tão infelizes e desanimados que só se sentem vivos julgando a conduta dos outros.
Dos outros felizes, independentes da opinião alheia e bem resolvidos que cagam e andam para rótulos sociais moralistas, ainda que, seguidamente, imorais. Imorais porque falaciosos, imorais porque incondizentes com vontades, imorais porque da boca para fora e não da alma para dentro.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 31 de março de 2015.


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