Pequena aula de distinção entre erro e dolo.
No mundo jurídico civilista existem as figuras
capazes de anular um negocio jurídico, duas sempre me chamaram a atenção: o
erro e o dolo. Há 15 anos eu tinha uma módica dificuldade de compreensão da
matéria, hoje em dia, depois de mais viver e muito mais ainda “ver viverem” eu
me tornei mais hábil, em especial, com o exemplo no mundo extrajurídico dessas “figuras”
civis.
Vejamos a primeira situação: você, jovem, bonita,
solteira e carente procura um amor para chamar de “seu”. Encontra, certo dia,
um cidadão moreno, alto, bonito e sensual e pensa: “Eis a solução para os meus
problemas!”.
Todavia, a “solução” deu em cima de você num
restaurante, ao meio dia, sendo que tinha uma aliança dourada e gigantesca no
dedo. Você indagou, o sujeito falou que era casado, tinha dois filhos, mas que
você era uma mulher lindíssima.
Apesar disso, em virtude dos elogios recebidos, da
bela aparência e do carro importado, você resolve “ficar” com o cidadão no dia
seguinte. Seus raciocínio foi algo tipo: “Se ele fosse feliz no casamento não
investiria em ficar comigo, logo ele vai se apaixonar e deixar a mulher.”
Além de achar que você tem uma perereca mágica,
você começa a se envolver e se apaixona. Então, coloca o sujeito contra a
parede e ele diz o óbvio: que não vai se separar, que gosta da esposa, só não tem
mais tesão.
Ele também deixa claro que nunca disse que faria
isso, sempre jogou limpo. Então, você tem algum direito de gritar e bater na
cara do homem? Não né?! Ele não mentiu para você, apenas transou e teve um caso
anuído por você. Eis o caso do erro! Você formou uma falsa ideia sozinha!
(Seria você uma otária?! Eu acho!).
Dolo, seria, quando uma pessoa atraente, sai à
noite na sua cidade, mostra-se bem sucedida, diz ser médico na cidade vizinha, família
abastada e solteiro. Você cai na lábia do cidadão que, por sua vez, não tem
perfil nas redes sociais. Ele lhe diz que é visado demais pela sociedade da sua
cidade, prefere discrição.
Você acredita, apesar de achar estranho alguém não ter
facebook hoje em dia, mas chega até a admirar a “discrição” do “Sr. Médico Gato
Bem Sucedido”. Até que, passam-se meses do namorico e ele por três dias!
Um belo dia você viaja, vai até a cidade vizinha,
onde ele mora e, num consultório medico, encontra um jornal recente. Lá está o
sujeito preso por trafico ilícito de entorpecentes, cuja esposa está fazendo
campanha para sua soltura em frente ao foro local.
Logo, você descobre que o cara, além de
delinquente, era casado. Isso é dolo, você foi feita de idiota, apesar de
haverem certos indícios da malandragem alheia (gente, quem não tem facebook
hoje em dia!?). De toda forma, nessa situação dar um tapa na cara do vivente não
é nada mal. No caso do erro, quem merece o tapa é você para deixar de ser
trouxa.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 19 de março de 2015.
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