Eu, internética!
Dando aula e falando sobre "telemática", sociedade
da informação e assuntos afins, parei para pensar como era minha vida antes da
internet! Ou melhor, antes de eu ter acesso à rede!
Para começar, na época, eu não namorava! Nem paquerava
ninguém! Até hoje, dos namorados que tive, apenas um conheci fora da rede. E, não
tenho vergonha alguma em dizer que não foram poucos. Praticamente, eu só namorei
dos meus 19 anos em diante! Frise-se que eu estava no quarto semestre de
Direito em tal época, logo, não era uma irresponsável frívola qualquer.
Sei lá gente, eu tenho um lado meio intelectual! Sempre
gostei mais de mostrar ideias do que meu corpo, sempre curti sair, raramente, e
só para me divertir e dançar, enquanto “navegava” na rede para paquerar. Afinal
de contas, namorar é bom e eu gosto! Nunca curti essa coisa de sair, conhecer alguém,
dar uns beijos ou algo mais. Curto criar um vinculo intelectivo antes, prefiro
me encantar pelos pensamentos a mera aparência.
Algo tipo: se a pessoa tiver os mesmos valores, princípios,
forma de pensar e de ser que eu e for atraente, ótimo! Se não for? Sinceridade!
Simples, o tal do “não rolou química”! Um abraço e “bye, bye”. Ninguém morre
por isso!
Acho chato achar uma pessoa atraente, bonita e, aos
poucos, ver que ela é mais linda de boca fechada. Sei lá, grosseira, tosca,
burra, convencida, arrogante, materialista demais, fútil ao extremo. Ai, eu
nunca fui de perder tempo!
Para a gente descobrir que o “gato” da festa é uma
besta lá se vão dois encontros. No mínimo o primeiro e mais um! Ah, pra que!? Por
que não conhecer a essência antes da aparência e, num único encontro, incluir o
sujeito no rol dos “pretendidos” ou no dos “descartados”? Salutar economia de
tempo!
Claro, existem pessoas que mentem na rede e tal,
todavia, em tempos de redes sociais é cada vez mais difícil uma pessoa fazer
mentiras muito hediondas, tipo, que é solteiro quando é casado, por exemplo. Só
se o sujeito não tiver rede social, o que, nos dias de hoje, é suspeito, muito
suspeito.
Há tempos ter rede social era exceção, hoje em dia
é o oposto! Por que não ter? É fugitivo da policia? Infiel? Ora, rede social é,
sim, uma forma, não apenas de se fazer amizades, como de reencontrar antigas
amizades, manter contato com quem está distante. Tem desvantagens? Tem, mas se
você tem bom senso, irá supera-las. Eu ainda acho mais interessante do que
desinteressante.
Tem gente que diz que a rede favorece a infidelidade.
Talvez, pra quem já está infeliz né?! E, quem está infeliz hoje é aquele que,
quando não existia facebook e “whatts”, ia à zona, pagava, encontrava alguém no
restaurante ou em qualquer lugar. As redes, talvez, só facilitem as pessoas a
descobrirem que são cornas, não fomentam a traição.
Sou da opinião de que trai quem não tem em casa o
que deseja, seja na cama, seja na sala, seja durante um jantar. Papo, humor,
assunto, sexo, taras! E isso sempre existiu, ocorre que hoje o acesso está,
literalmente, em “nossas mãos”. A questão, não é, porém a facilidade para
conhecer alguém, a questão é: “Deu-se a conhecer, por que?”. Porque descontente
e isso deveria aviltar mais as pessoas do que “conversinhas” no facebook com
uma “amiguinha”. Isso deveria ser preocupante, afinal, é a causa, não o efeito,
certo!?
Para mim a rede, os programas de celular, sempre
tiveram resultado positivo. Conheci pessoas, reencontrei amizades, vivi
relações proveitosas, conheci um amor, fui muito mais feliz que triste nessa
minha trajetória internética de mostrar-me por dentro, porque, sinceramente, eu
ainda acho que é lá que está o que tenho de melhor. Tem quem diga que o belo “tem”
que ser mostrado, não é? Então, cada um mostra o que quer!
O que tenho de belo mesmo, não é verificado quando
danço rock animadamente numa festa em que as pessoas parecem estar num velório.
O meu melhor, meu amigo, não se vê a primeira vista, mesmo com muitas olhadas
ou olhares. E, por isso, eu agradeço a internet e a popularização da informação
e interação humana que conheci no século passado e sempre usei positivamente.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 04 de março de 2015.
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