Seres sem graça e buracos na pista.
O segredo da felicidade? O segredo da alegria? O
segredo da beleza? Não sei, mas vejo explicitamente por aí o segredo da
tristeza, da frustração e da amargura: cuidar da vida alheia, se importar com o
que não lhe diz respeito!
O humor alheio? A personalidade alheia? A
extroversão alheia? O trabalho alheio? A profissão alheia? O traseiro alheio? O
passado alheio? A competência alheia? Os relacionamentos amorosos alheios?
Enfim, tudo o que é do outro a ele pertence.
Resigne-se talvez você não tenha "sorte"
ou, o que é mais provável, não gosta de si e nem sabe bem viver. Quem muito
atenta para a vida dos outros é frustrado com a sua. Sei lá, mal amado, mal
comido, mal resolvido!
Ou seja, quem se interessa pelo que não lhe
pertence só o faz porque, o que é "seu", não lhe agrada. E isso me dá
pena! Não raras vezes, chegam a mim pessoas contando o que outra pessoa falou a
meu respeito, ou algo assemelhado.
Tipo, uma opinião sobre o que não lhe diz respeito,
pois interessa apenas a mim. Quando eu ouço a pessoa me contar, imediatamente
vem a mim uma pergunta: “Fulana? Quem é fulana?”. Não que, efetivamente, eu
desconheça a existência, mas, que importância esse ser humano tem pra mim? Nenhuma!
O que não me importa, enfim, é como se não existisse
para mim, daí a pergunta “ops, como assim? Quem é essa pessoa?”. Uma pessoa
cuja existência, proceder, trabalho, forma de pensar e de viver, simplesmente, não
me interessam, não me atrai, não me encanta. Enfim, nem meu olhar se direciona
a sua simplória e insipida existência.
Convenhamos que a existência de quem não nos
importa, não nos faz a mínima falta né?! Existem pessoas que, tal qual um buraco
em rua, só são lembradas quando sentimos sua inutilidade maléfica: enfim, está
ali, não agrega em nada e, às vezes, ainda incomoda. Tipo, não faz falta
alguma, pelo contrário, o “certo” seria nem existir.
Fico boquiaberta, porém, por ver como pessoas que não
me interessam, não me atraem, não me agradam e nem diferença fazem no meu
mundo, tem a sua atenção voltada ao meu jeito de ser! Como se fossem o buraco
que os pneus do meu carro não “pegam” quando passo: estão ali, me veem passar e
eu nem sei que existem, quando “descubro” é porque dei azar, ou seja, meu pneu
caiu em cima. Ai que pena! Ai que dó!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 18 de março de 2015.
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