Ultima ratio.
Sobre manifestações, sobre possível impeachment,
sobre indignação, sobre corrupção e sobre minha paciência esgotada: eu sou
constitucionalista! Eu sou a favor da democracia! Eu repudio qualquer espécie de
ditadura! Eu sou gamada pelas liberdades individuais!
Eu compreendo que a presidente foi reeleita pela
maioria e, minha vontade de vê-la sair de onde está não decorre de
partidarismo, não decorre de descontentamento com as eleições de outubro. Não é
isso, meu amigo!
Para começar sou apartidária. O único partido que
achei que eu tinha, na minha adolescência, foi justamente o PT! Sim, para
tristeza de meu papai. Mas eu tenho senso critico. Fez alguma coisa para
reduzir desigualdades sociais.
Foi útil, foi necessário. Mas estou a tal ponto
cansada da corrupção e dessa “coisa” de “não vi, não sei, não tenho culpa” que,
se no dia 12/04, o dia mais feliz da vida de minha mamãe e família (meu
aniversário!) o povo pugnar pelo impeachment da Dilma, eu vou apoiar! Se isso
vai resolver os problemas do Brasil? NÃO, afinal, como muito bem dito por um
colega, o nosso problema não são os partidos! “O problema do Brasil é o
brasileiro”.
Mas eu, pessoa de extrema boa-fé, ficarei ciente de
que, apesar de estarmos tratando o sintoma e ignorando a causa, estaremos, nós,
população brasileira, mostrando aos que “vierem” que somos um povo virtuoso,
que temos coragem, que não temos medo da mudança e que, em bom e vulgar português:
se “subir” lá e fizer merda, a gente se une e tira! Porque o poder emana do
povo, certo?!
Eu sei bem que isso será um tapar o sol com a
peneira. Meu sonho seria que os avanços sociais fossem mantidos e a corrupção
findada. Confesso, também que ver esses discursos que mais falam que o “importante
é tirar o PT” do poder me assusta, me anoja, me parecem preconceituosos.
Não é o PT, não é um partido meu amigo, são os
atos, é a corrupção, é a desonestidade! O PT foi útil para os menos favorecidos
sim, só que seus representantes “mores” lascaram com a minha confiança no
partido. Acho que a cassação de mandato é a “ultima ratio” da “ultima ratio”. Ou
seja, o ultimo recurso, do ultimo recurso, a nossa ultimíssima razão!
Assusta-me, porém o discurso “pobrefóbico” de
alguns manifestantes, assusta-me a mídia manipuladora tanto “pró” situação
quanto oposição. Eu quero um País melhor, eu quero governantes melhores, eu
quero honestidade, mas, sobretudo, eu quero um povo brasileiro melhor!
E é aí que eu tenho uma vontade enorme de voltar ao
meu trabalho, estudar, elaborar textos sobre relacionamentos, tomar sol, namorar
meu namorado e esquecer-me do mundo, porque, sinceramente, pensar nisso me
desanima. Com licença, meu trabalho me espera.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 17 de março de 2015.
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