‘Empresariamento’ da relação amorosa.
Para ser feliz no amor, para ser feliz na vida,
você precisa se conhecer. Nem tudo o que é bom para os outros, é bom para você.
Tem quem adore aquela coisa de mais “amizade” e dialogo num relacionamento, tem
quem curta mais a paixão e a alegria, tem quem goste de mais atenção que
outros, tem quem precise de maior investimento na relação para se sentir feliz e
confortável numa.
As pessoas têm necessidades diferentes, anseios
distintos, expectativas e gênios dissonantes. Tem quem se contente com pouco,
tem quem se contente com o razoável e tem quem só se contente com o muito. Exigibilidade?
Cada um com seu “nível”. Enfim, cada um na sua, mas com alguma coisa em comum.
O anseio pela fidelidade e respeito, por exemplo. Tem
quem ache que uma relação só finda com uma traição, tem quem, como eu, ache que
a traição é o suprassumo da ofensa, mas existem descasos, existem diferenças,
existem pequenas magoas ou divergências que decepcionam, desagradam e um dia “minam”
com o amor.
Traição é o obvio, ou melhor, o mais que obvio
acerca da necessidade de mandar o outro se ferrar. Todavia, ora, ora, veja só:
existe quem ache que não, que traição é perdoável, que é até compreensível e
são felizes pensando, vivendo e agindo de acordo com tal ideia e todas as
demais conexas a ela! Conceitos, valores e “pedras de toque”, cada um com os
seus!
Enfim, existem os acomodados e existem os
apaixonados. Se você não souber quem você é não conseguirá ser feliz, porque
conselhos não irão lhe adiantar, leituras, psicanalise, terapia, padres, enfim
nada disso lhe ajudará.
O nosso melhor amigo é e sempre será o autoconhecimento!
É ele quem nos dirá o que suportamos sem irritação, azedume e tristeza e o que
devemos dispensar para sermos felizes. Só poderemos ser felizes, dizer “sim”,
dizer “não”, dar “bastas” ou inicios quando nos conhecemos e sabemos o que
queremos para nós. Acredite, tem quem tenha medo disso! Ser diferente do “comum”
assusta a alguns! Mas, não a mim.
Inclusive, passo a estabelecer em minha própria vida
afetiva o que chamo de “empresariamento do amor”. Sim, passarei a deixar mais
claro do que sempre deixei a quem me ama que o amor, comigo, funciona bem
quando agimos, no relacionamento, como agimos com uma empresa de nossa
propriedade.
Ora, como assim? Se você tem uma empresa, você
envida de todos os esforços necessários para fazê-la progredir, certo? Investe tempo,
investe dinheiro, se vira do avesso para fazê-la crescer e ter sucesso, não é?
A falência é o que você menos deseja e, para tanto trabalha, trabalha e
trabalha para ir adiante.
Então, um relacionamento comigo, é “empresariável”:
não carece só dos tradicionais “eu te amo” rejubiladores, não depende só de
prazer, noites orgásticas e de pequenos grandes momentos. Precisa de investimento,
precisa recomeçar todo dia, com os mesmos agrados, com a mesma vontade de fazer
dar certo que havia no inicio.
Eu não tenho medo de ficar só, eu tenho medo de relações
mornas, tenho medo de dividir a cama com um amigo, tenho um medo pavoroso de
chegar a um ponto da relação em que o celular, o jornal e a bunda da atriz
chamam mais atenção do que a minha presença.
Isso, para mim, é a falência da minha “empresa”
amorosa. Logo, eu desisto, fecho as portas e abro nova empresa, em outra sede,
com outro sócio, talvez (porque, falir, sim, deixar de “trabalhar”, jamé!). Simples!
Relacionamentos não precisam só de amor, precisam de vontade de fazer dar
certo, de cultivar o que sempre foi bom e aprimorar o que pode melhorar. Para mim,
isso é logico. Mas eu não sou a regra.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de março de 2015.
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