Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 23 de março de 2015

Casamentos acabam.

Casamentos acabam.

Eu acho lamentável o comodismo humano! O quanto as pessoas estragam seus relacionamentos por inaptidão, por falta de cuidado, por falta de investimento, de afeto, de atenção. Eu nunca me resignei frente a um “eu te amo”, frente a segurança de uma aliança, de um papel, de um “minha mulher”, “minha esposa”, “amor da minha vida” e palavras afins. Não, isso não me prende, sou meio indomável por palavras.
Do que adianta tanto mel verbal e até compromisso jurídico, como é o casamento, se a pessoa se acomoda, deixa de conquistar, de elogiar, de acarinhar, de dar afeto, de dar atenção? Tem gente que não sabe sentir-se confiante, que, conquista e esquece de mantê-la.
Tem gente cuja confiança no sentimento do outro aniquila com a relação, com a alegria, com o romance. Gente que se imbui da vã crença de propriedade alheia: “Agora é meu, agora me pertence.”
Que ilusão! Essa coisa de “ser” de alguém tem muita beleza e graça na hora da excitação, dá um plus. Mas, convenhamos ninguém pertence a ninguém, por melhor que seja o sexo, por mais rico que seja, por mais belo, por mais elegante, por mais bem sucedido.
Logo, amor só vinga e dura quando ambos investem na relação, quando não existe aquele lance de ficar falando com a amiga no whatts enquanto o marido joga videogame, amor só dura quando o tesão pela bunda da revista e pela cena enfeitada da telenovela perde a atenção que se vira a parceira, a como ela consegue estar bem, após um dia de correria, trabalho e cuidado com os filhos.
As pessoas têm fetiches desnecessários, tiram a atenção e o seu foco de quem está ao seu lado de carne e osso para devanear assistindo televisão, vendo revistas ou acessando redes sociais. Deixam de tocar e focam no intocável, quase inexistente e, ainda, reclamam que seu relacionamento amornou.
Amornou enquanto eles se distraiam com o que não lhe dá atenção, com o que não lhe preza nem deseja. Casamentos acabam, porque, na vã crença de sua eternidade um deixa de cuidar do outro, de se importar com ele e de crescer ao seu lado. Casamentos acabam, porque a segurança é maior que a criatividade e as certezas acabam pesando mais que a empolgação.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de março de 2015. 

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